Ao requerer abertura de inquérito contra o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, detalhou a suposta atuação do comunista para beneficiar a construtora baiana Odebrecht. O pedido foi feito a partir das delações premiadas de Alexandre José Lopes Barradas e José de Carvalho Filho.
De acordo com o documento, um dos colaboradores, que não foi identificado, no ano de 2012, encontrou-se com o parlamentar e repassou a ele R$ 300 mil “a pretexto de contribuição para campanha eleitoral, já que o Grupo Odebrecht tinha interesse na realização de obras de saneamento básico” em Juazeiro, no norte baiano.
Ainda segundo o delator, o parlamentar baiano estava acompanhado de Isaac Carvalho, então candidato à prefeitura de Juazeiro. O inquérito aponta ainda que “Comuna”, como era apelidado Daniel Almeida, teria recebido mais R$ 100 mil, como “auxilio”. Ele teria recebido o dinheiro em um posto de gasolina no bairro do Jardim de Alah, em Salvador.
O deputado será investigado pelos crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro.
Outro lado
Em nota enviada à imprensa, Daniel Almeida disse que “não tem nada a temer”. “Os baianos e os brasileiros conhecem minha trajetória de mais de 30 anos de atividade pública. Se algum inquérito for aberto, tenho total convicção que o destino será o arquivamento”, afirmou o parlamentar.
O outro lado de Isaac Carvalho
O ex-prefeito de Juazeiro também enviou nota alegando que jamais manteve relações com a Odebrecht e informou que a construtora nunca fez qualquer obra no município do qual esteve à frente por duas gestões consecutivas.
A nota diz ainda que “esta é a prova inequívoca de que a acusação é completamente infundada”.