Mais da metade dos municípios baianos (215 de um total de 417) estão com situação de emergência declarada pelo governo do estado devido à falta de chuvas. As informações são da Superintendência de Defesa Civil da Bahia (Sudec). Somente no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (15), foi publicado o estado de emergência em 106 cidades, “em virtude do desastre classificado e codificado como estiagem”.
O decreto tem vigência de 180 dias e precisa de reconhecimento do Ministério da Integração Nacional. Segundo o documento, assinado pelo governador Rui Costa, a seca “tem gerado graves prejuízos às atividades produtivas, principalmente à agricultura e à pecuária”. Além disso, a estiagem tem causado falta de água nas cidades citadas, incluindo distritos e zonas rurais.
Outras consequências são os danos ao ambiente, à subsistência e à saúde da população, o que impõe ao estado, “a adoção de ações emergenciais” para minimizar a situação de “profunda gravidade socioeconômica”, diz o decreto.
Falta de chuva
Segundo a meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na Bahia, a maior parte dos municípios atingidos está no centro-oeste do estado, onde o período chuvoso ocorre no verão – entre dezembro e março. Nos últimos anos, no entanto, esse período tem sido deficiente de chuvas.
“Não há previsão de chuva nos próximos meses para essas cidades, porque não é o período chuvoso delas. O que acontece é que no período em que deveria chover não choveu o suficiente, como também não choveu nos últimos anos. E isso pode intensificar os efeitos da seca. Pode ser que ocorram chuvas isoladas, mas não o suficiente para resolver o problema da estiagem”, explicou Cláudia Valéria.
Os municípios que enfrentam problemas com a seca devem acionar Superintendência de Defesa Civil da Bahia, que envia técnicos às localidades para confirmar a situação. Depois disso, a Sudec indica aos municípios os passos seguintes para o reconhecimento da situação. (AB)