O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e o governador Paulo Câmara (PSB) estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (10) no Palácio do Campo das Princesas para falar sobre temas de interesse do estado e que serão debatidos na próxima semana, quando haverá uma reunião de governadores em Brasília. Questões como a repatriação de recursos do exterior e a regularização dos benefícios fiscais concedidos pelos governadores a empresas que se instalam em seus territórios (conhecida como convalidação de incentivos fiscais) serão as prioridades, de acordo com o democrata.
“Nós devemos articular para pautar (a repatriação) na próxima quarta-feira. Já o projeto da convalidação é importante, porque trata de empregos que foram gerados em quase todos os estados brasileiros. Muitos deles (benefícios) já estão vencendo no próximo ano, e é um risco do Supremo tomar uma decisão e invalidar todos esses investimentos de grandes e médias empresas em todo o país”, defendeu o presidente da Câmara.Acompanhado dos deputados federais Tadeu Alencar (PSB) e Fernando Monteiro (PP), Rodrigo Maia também disse que veio ao estado para demonstrar gratidão ao governador e a alguns deputados pelo apoio recebido durante o processo de eleição de presidente da Câmara.
Ainda segundo ele, as duas matérias têm chances de serem aprovadas na Casa. “Há uma mobilização grande de governadores e prefeitos em relação à repatriação. Ainda vivemos uma crise, apesar de todo o esforço do governo do presidente Michel Temer (PMDB). A arrecadação não começou a recuperar seu crescimento. Acho que a repatriação dá fôlego já no primeiro semestre aos governadores e prefeitos, como deu no fim do ano passado”, disse, acrescentando que a convalidação dá segurança para os empresários que querem voltar a investir no país.
Relatório da Polícia Federal
O democrata também voltou a rebater as acusações de que teria agido em favor da construtora OAS no Congresso como forma de retribuir o pagamento de R$ 1 milhão em propina por parte da empresa, conforme relatório da Polícia Federal que foi vazado nesta semana. “Eu disse ontem que o meu inquérito tem relação comigo, com meu mandato, minha honra e da minha família”, afirmou, garantindo que “nunca iria misturar a presidência da Câmara com nenhuma instituição”.
Nesta sexta-feira, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma matéria onde informa que está sendo articulado o projeto de anistia de caixa 2 e a instalação de uma comissão especial para investigar os supersalários do Judiciário, como forma de retaliação à investigação contra o democrata.
O parlamentar classificou a matéria como falsa e disse que sequer foi ouvido pela reportagem. “Se uma pessoa vazou de forma leviana (o relatório da PF), que não é nem pode ser conclusivo, esse é um problema que tenho com essa pessoa e vou trabalhar para que possa descobrir quem foi. Agora, a Câmara nunca será nenhum instrumento para reação. Podem ficar tranquilos que esses projetos não estão na pauta”. (DP).