A crise econômica em que o país está mergulhado tem posto uma necessária redefinição no ambiente econômico quer seja empresarial ou do próprio setor público.
No meio empresarial as empresas são obrigadas a redefinirem sua composição de custo, logística, cadeia de fornecedores, ganhos de tempo, insumos básicos, estruturas de remuneração, novos mercados etc. na busca de ganhar eficiência e obter ganhos de produtividade sistêmica em tempos de baixa atividade econômica, mas mantendo a qualidade do produto ou serviço.
Na esfera pública a crise também impõe redefinições em sua composição de custo que vão da cadeia de suprimentos e fornecedores, passando pelo funcionamento da máquina pública e chegando num tema nevrálgico e delicado que está relacionado aos salários no serviço público.
Todas essas questões não podem estar desfocadas da relação custeio X ganhos de eficiência do setor público que na verdade tornou-se o grande anseio do conjunto da sociedade.
A discussão meramente dos salários no serviço público nos dias atuais acaba sendo ainda uma discussão enviesada apenas sobre uma parte do setor público, relacionada aos gastos com pessoal. Existem, no fundo, outras questões e demandas que a cada dia vão se tornando prementes a enfrentar nesse debate acerca da qualidade do serviço e da eficiência no serviço público.
O grande debate sobre esse assunto está apenas começando porque na esteira da crise econômica e da queda acentuada da arrecadação o setor público carece de se reinventar em novas bases centradas no fato de que temos uma sociedade mais exigente, melhor informada e com melhoria significativa na instrução formal e educacional.
A polêmica surgida recentemente dos supersalários do setor público, acima do teto constitucional e no caso dos municípios, acima do teto do prefeito, no caso de Petrolina é algo pacífico: nenhum servidor recebe acima do salário do prefeito municipal.
Enfim, esse tema vai exigir que tenhamos a maturidade necessária para realizar um bom debate sobre o assunto de forma que no final possamos canalizar parte dessa discussão para o exercício de um melhor serviço público que é realmente o que o conjunto da sociedade anseia.
Por Geraldo F. S. Junior, Mestre em Economia e Secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão de Petrolina.