Com seca e nível baixo da barragem de Sobradinho, agricultores usam bombas e tubulações para pegar água

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Por conta da seca, agricultores do norte do estado estão usando bombas e tubulações para captar água e assim, irrigar as plantações. Com a estiagem, o principal reservatório de água da Bahia, Sobradinho, que é abastecido pelo rio São Francisco, está com baixo nível de água.

Segundo o diretor da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique de Araújo, se até o final do ano a quantidade de chuva não for suficiente, a companhia poderá diminuir ainda mais a vazão do lago do Sobradinho, que normalmente é de 1.300 metros cúbicos por segundo e atualmente está em 830 metros cúbicos por segundo.

“Os estudos estão sendo feitos de uma nova redução, saindo de um patamar 800 metros cúbicos por segundo para 700. Sempre com o objetivo de guardar o máximo de água do reservatório. Evidentemente, tudo isso, essa redução impacta em todos os usuários, no setor elétrico, abastecimento, irrigação e em outros”, explicou Araújo.

O agricultor Nildo Silva cultiva dois hectares com manga e goiaba na comunidade de Algodões, na zona rural de Sobradinho. A expectativa dele era colher, este ano, duas mil caixas de goiaba, mas a safra está ameaçada pela falta de chuva e nesse período de estiagem, o lote é irrigado com a água do lago do Sobradinho. “A situação está preocupante. Com o rio baixando [nível da água] a gente fica sem roça e acabando a água a gente não tem produção nenhuma, nem como pagar as despesas”, relatou Silva.

Por conta da situação, Nildo perfurou um poço na roça, mas não teve sucesso. “Foi perfurado 78 metros de profundidade e não deu um pingo de água. Está seco do mesmo jeito. Paguei R$ 8.690 e não deu nada”, disse.

Em 2015, os agricultores também sofreram com a estiagem prolongada. O lago do Sobradinho chegou a menos de 2% da capacidade. No começo de 2016, época do período chuvoso na bacia do Rio São Francisco, o reservatório se recuperou e teve cerca de 30% do volume total. Contudo, desde abril deste ano não chove e o volume de água da represa está diminuindo.

“Eu estou achando que vai ser pior do que o ano passado. O ano passado a gente [os agricultores] batalhou. No final de setembro para outubro, nós estamos aqui com dois ou três bombeamentos”, disse o agricultor Francisco Rodrigues.

A agricultora Rita Carvalho, que cultiva maracujá e goiaba diz que o período de estiagem é desesperador. “Você sobrevive daqui, você está devendo isso aqui, e você está vendo que aqui não está tendo produção”, conta. (G1).