Número de mortes de motociclistas em Pernambuco triplica em 11 anos, diz estudo

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O Dia do Motociclista é comemorado em todo País nesta quarta-feira (27), mas os dados da pesquisa “Retrato da Segurança Viária no Brasil”, revelam que não há muitos motivos para alegria. Só em Pernambuco, o número de mortes por acidentes de motocicleta subiu de 298, em 2002, para 920, em 2013, ou seja, o resultado triplicou no Estado nestes 11 anos. No mesmo intervalo de tempo, o número de feridos cresceu de 173 para 3.945, considerando apenas as vítimas internadas por mais de 24 horas.

Outro resultado de destaque do estudo, que foi publicado em 2015, é a evolução da frota de motocicletas no Estado. Em 2002, havia 184.511 circulando em Pernambuco, enquanto em 2013 o valor chegou a 913.653, registrando um aumento de 395%. Paralelamente, os custos com acidentes também atingiram níveis bastante elevados. Em Pernambuco, R$ 900 milhões são gastos em cuidados com feridos. A conta é dividida entre as prefeituras, Estado e Governo Federal. Em agosto do ano passado, a repórter do Jornal do Commercio Roberta Soares lançou o especial Filhos da dor, sobre famílias que convivem a dor de terem perdido um parente em um acidente de moto ou cinquentinha.

Em toda Região Nordeste, 49% das mortes no trânsito em 2013 foi de motociclistas. Na região, Pernambuco é o terceiro Estado com maior número de mortos no trânsito (1.894), perdendo apenas para Bahia (2.843) e Ceará (2.423). De acordo com João Veiga, coordenador do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto, apesar de o número de óbitos ter aumentado, a quantidade de acidentes diminuiu no último ano.

“A gravidade dos acidentes aumentou. Então, nós vemos muitos pacientes chegando em estado gravíssimo nos hospitais. Isto é ocasionado pelo uso do álcool ao conduzir, além da desobediência dos limites de velocidade”, explica João. O coordenador acrescenta que o Governo do Estado vem aumentando a fiscalização por meio da Operação Lei Seca, na tentativa de reduzir os números de mortos e feridos. “O que tinha que acontecer eram os municípios também reforçarem a fiscalização, assim como a parte educativa”, afirma.

Já de acordo com os dados em todo o Brasil, entre os anos de 2002 e 2013, o número de mortes por acidentes com motocicletas triplicou, saltando de 3.773 para 12.040. Ao todo, se considerados todos os veículos, ocorreram 43.075 acidentes com vítimas fatais no Brasil em 2013. Já entre os feridos o número quadruplicou, no mesmo intervalo de tempo, aumentando de 21.692 para 88.682.

Camaragibe é a cidade com menor número de mortes no trânsito do Estado

Ouricuri e Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, e Amaraji, na Zona da Mata Sul, são as cidades que lideram o ranking do Estado com o maior número de óbitos no trânsito, de acordo com o estudo Retrato da Segurança Viária no Brasil. Do outro lado, os municípios com menor taxa de mortes são Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR); Tabira e Tupanatinga, no Sertão de Pernambuco.

O estudo também divulgou a avaliação da condição das rodovias federais e estaduais de Pernambuco, segundo dados da Confederação Nacional de Transporte (CNT). 15% das rodoviais do Estado têm condição avaliada como péssima; 21% como ruim; 37% como regular; 26% como boa e apenas 1% como ótima.

O Retrato da Segurança Viária no Brasil foi realizado pela Ambev e reúne dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Confederação Nacional de Transporte (CNT), da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Datasus, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). (JC Online)