Dilma garante que Lula será candidato em 2018

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A presidente afastada Dilma Rousseff garantiu, em uma entrevista para a revista francesa semanal “L’Express” que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será candidato em 2018. A reportagem foi divulgada nessa quinta-feira (30) pelo periódico europeu.

Para Dilma, o atual processo de impeachment que ela está sofrendo seria um meio de tentar impedir a candidatura de Lula nas próximas eleições presidenciais. “É a razão principal do golpe de Estado: prevenir que o Lula se apresente à Presidência. Hoje em dia, apesar de todas as tentativas de destruir a sua imagem, Lula continua entre as pessoas mais amadas. Eu posso te dizer que ele vai se apresentar na próxima eleição”, disse a petista.

Dilma também falou que se sente injustiçada com o processo de impeachment e com a forma como foi tirada do poder. Na entrevista, ela também se defendeu, dizendo que não cometeu crime de responsabilidade, mas apenas aprovou quatro decretos para créditos suplementares a fim de financiar, principalmente, hospitais.

“Não sou o primeiro presidente a agir assim. O Fernando Henrique Cardoso aprovou 23 decretos similares. Na verdade, a acusação é apenas um pretexto”, disse.

Na entrevista, a presidente afastada reforçou que não sabia do esquema de corrupção na Petrobras, defendeu o PT e criticou a divulgação de sua conversa telefônica com Lula – obtida através de grampo – pelo juiz Sergio Moro. “Não importa o país do mundo, divulgar o registro de uma conversa do chefe de Estado seria um crime”, avaliou.

Dilma também não poupou o presidente interino Michel Temer (PMDB) e citou o afastamento de três ministros por suspeita de corrupção.

Depoimento. Nessa quinta-feira (30), Dilma também decidiu não depor pessoalmente à comissão do impeachment no Senado na próxima quarta-feira. Seu advogado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, deve falar em seu lugar.

Dilma não era obrigada a comparecer no depoimento agendado para a próxima semana, e aliados avaliam que, caso seja para ir pessoalmente ao Senado, que o faça no plenário, não na comissão especial. No colegiado, ela poderia ser diretamente questionada por senadores e por uma das autoras do pedido de impeachment, Janaina Paschoal. (o TEMPO).