Durante manifestação, população e pais de Beatriz questionam silêncio de Paulo Câmara e do Colégio Auxiliadora

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90 dias do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, e o crime continua sem respostas. Em frente ao Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, a população do Vale do São Francisco realizou mais um pedido de justiça em apoio aos pais de Beatriz nesta quinta-feira (10).

O trauma na família continua, pois são três meses sem a elucidação do caso e os pais da garota revelam que “parece que foi ontem, nós não dormimos, não respiramos direito, não temos vontade de continuar mais, revela o pai da garota, Sandro Romildo.

O professor revelou o quanto está sendo doloroso ver o rosto da filha espalhado em vários cantos da cidade e consideram o ocorrido como um crime cruel.

Cobrança às autoridades e explicações sobre o dia do crime

eles“Às autoridades devem dar uma resposta, nós somos da Bahia, mas o crime aconteceu em Pernambuco e o caso não pode parar porque nós não somos mais ou menos importantes que ninguém, pago imposto do mesmo jeito. Quase 3 mil pessoas em uma escola e só 88 pessoas foram ouvidas. No dia todos os agentes, policiais, peritos choraram conosco e afirmaram que iriam correr atrás, mas isso está se alongando muito. Paulo Câmara, governador, não sei porque ainda não ouviu nada pessoalmente, não tivemos uma conversa, Paulo Câmara, que sempre foge. Nós queremos saber em que mais ele pode ajudar, está faltando pessoal, está faltando material? Enfim todas as autoridades não devem favor, eles têm a obrigação de solucionar esse caso. Quem viu alguma coisa, ou sabe não tenha medo, procura a imprensa, a polícia, denuncie”, disse Sandro.

A participação da escola no manifesto e o silêncio da instituição

A direção da escola participou pela primeira vez do ato e o professor Sandro cobrou respostas sobre como a instituição agiu no dia do crime.

“Nós não sabemos. Achamos que no dia aconteceu muitos erros, muito despreparo e o silêncio da escola continua como se nada tivesse acontecido. Se o colégio tivesse sido fechado, a escola seria a primeira a fazer manifestação”, ressaltou.

“Nós não estamos vivendo”

Essa foi a frase inicial da mãe de Beatriz. Lucinha Mota comenta que sua vida “parou” diante do episódio, mas revela que tem encontrado forças na palavra de Deus e vem constantemente pedindo justiça. Ela também pediu perdão a Deus.

“Nossa vida parou no dia 10 de dezembro de 2015. De lá pra cá, só Deus tem nos sustentado. Eu lembro que nos primeiros dias eu duvidei da presença de Deus. Me perdoe Deus pelo que eu falei, pelo que senti, mas só o Senhor é capaz de tanta fortaleza” exclamou.

Lucinha em um momento emocionante pediu às pessoas para fechar os olhos imaginando o que aconteceu naquela noite.

“Fechem os olhos, imaginem suas filhas que vocês tanto amam, que cuidam, diante de um assassino, imaginar as dores, o que eu senti naquele momento. Eu não conseguia falar, comer, me alimentaram, me deram banho por muitos dias e sabe quem fez isso? Foi Deus. Não sinto prazer em nada. Quando abri meus olhos pra ver o que tava acontecendo, minha princesa abriu meu coração, não tenho ódio ou raiva de ninguém”, desabafou Lucinha Mota.

Instituições e autoridades que foram convidados, não participaram do ato

A organização do manifesto protocolou e entregou pessoalmente convites às instituições públicas e autoridades para participarem do ato, mas ninguém compareceu, além dos pais e da população que entoavam a todo instante, gritos de justiça.

Os idealizadores cobraram ainda como foi montado o esquema de segurança da festa no dia do assassinato de Beatriz, qual empresa foi contratada para os trabalhos, se a escola suspeitava de possíveis ataques e quais medidas informativas e preventivas estão sendo tomadas por parte da instituição.

“Nós enviamos convites a escola,  a Diocese, a vara da infância e juventude, conselho tutelar, Ministério Público do Estado de Pernambuco, Conselho Municipal, Promotoria de Justiça de Petrolina, Ordem Pública entre outras, e ninguém está presente. Todos os ofícios foram protocolados. O que está acontecendo?”, ressaltou um dos representantes da manifestação.

O ato foi encerrado com um momento de oração.

Disque Denúncia

Qualquer informação do Caso Beatriz pode ser revelada pelo telefone fixo (81) 3719-4545.  Outra alternativa é fazer a denúncia via WhatsApp por meio do número (81) 9 9119-3015. A recompensa é de R$ 10mil.

3 COMENTÁRIOS

  1. Eu estava na manifestação e me entristeci ainda mais pela pequena quantidade de participantes. O ângulo da foto postada parece ter mais gente do que na realidade compareceram.
    A criança de qualquer pessoa poderia e/ou poderá ser a vítima, e a população assiste sentada em sua poltrona confortável?!
    Além de que a posição do cristão é a de acolher e se solidarizar.
    Nem mesmo manifestações e apoio de associações de mães estava presente.
    Pelo que sei, o senhor prefeito da cidade também nunca deu o ar da sua graça.

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