Em coletiva, pais de Beatriz convocam população para manifestação “Vamos aumentar o tom, precisamos de uma resposta pra ontem”

0
2

casal

Os pais da garota Beatriz convocam a população do Vale do São Francisco para o ato público que será realizado nesta quinta-feira (10), a partir de 18:30, na Praça da Catedral de Petrolina.

A manifestação, lembra três meses do assassinato de Beatriz Angélica Mota, ocorrido em dezembro do ano passado no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (9), na Câmara de Vereadores de Petrolina, o professor Sandro e Lucinha Mota reforçaram o pedido de justiça ao caso e acreditam no trabalho realizado pela polícia que tem buscado esforços para a elucidação do caso mas admitem que a resposta sobre quem cometeu o crime está demorando a aparecer.

“Nós estamos aumentando o tom para que encontremos uma resposta. A polícia diz que a identidade das pessoas precisam ser preservadas. Nós concordamos com esse sigilo, porém tá demorando demais. Precisamos de resposta. O que há por trás disso? O crime foi cometido em uma instituição cristã com mais de 2.500 pessoas e ninguém viu? Cadê os cristãos?”, questiona Lucinha Mota.

O pai de Beatriz conta que não está sendo fácil conviver com a realidade dos fatos e viver a base de psicólogos e medicamentos para ter vontade de viver

Para a nossa família é como se fosse ontem, temos que tomar medicamentos para continuar vivendo. Estamos lutando por conta de Beatriz e estamos em busca de justiça.

Os pais agradeceram o apoio da imprensa e do grupo “Somos Todos Beatriz”, criado no Whatsaapp. “O grupo somos todos Beatriz, acionaram todos os órgãos para este ato, escolas, personalidades e será um momento diferente, vamos cobrar justiça gritando, é inaceitável tento tempo assim sem respostas. Somos de Juazeiro, mas o crime aconteceu em uma escola de Petrolina e a polícia de Pernambuco tem a obrigação de resolver esse caso”, ressaltou Sandro.

O dia do crime

Durante a realização da festa no Colégio Maria Auxiliadora, o professor Sandro disse que quando recebeu a notícia da morte de Beatriz, ele encontrou uma pessoa de rosa, que o informou sobre a brutalidade.

“Estava saindo do banheiro e essa pessoa me abordou e ele me disse que encontraram minha filha morta, eu perdi todos os sentidos e não sei o que aconteceu depois, infelizmente tinha muitas pessoas de rosa e passaram a associar alguém de rosa como suspeito”, conta.

O pai da garota também descartou a informação de que Beatriz teria sido assassinada em outro espaço da escola e que só depois foi encontrada na sala de esportes da instituição.

“Se a escola tivesse sido interditada no dia do crime, a cena do crime teria sido preservada porque quando aconteceu, as irmãs, professores foram embora, e muita gente começou a entrar, os policiais despreparados. Acho que se não fosse isso, hoje nós saberíamos quem cometeu essa brutalidade”, argumentou o professor Sandro.

O Retrato Falado

Os pais da garota afirmaram que não foi coincidência a divulgação do rosto do possível assassino de Beatriz, já que eles tiveram antes acesso ao retrato.

“O desenho dessa pessoa não foi planejado, por nós ou pelo delegado, nós já tínhamos conhecimento da foto, com informações de testemunhas que viram essa pessoa próximo ao bebedouro e as pessoas que fizeram o retrato são especialistas. Minha esposa contribuiu com o retrato falado e a imagem é essa mesma, não é invenção”, reforçou Sandro.

Os responsáveis de Beatriz também pediram para que as pessoas não espelhem boatos comparando inocentes com o retrato falado .

Participação da Polícia Federal no caso e pedido a Presidente Dilma

Lucinha Mota, mãe de Beatriz reiterou que a investigação do crime compete a polícia civil e que a polícia federal, não deverá ter participação na busca de elucidação do caso.

Sobre o encontro de Lucinha com a presidente Dilma em Juazeiro, ela conta que houve um pedido feito, mas que é algo mantido em sigilo.

“Em nenhum momento pedimos a federalização do caso. Nós pesquisamos e identificamos que essa investigação é da Polícia Civil de Pernambuco e a federal não investiga esse tipo de crime e tive acesso com a presidente Dilma, e o pedido que fiz a ela é sigiloso”, disse.

Disk-denúncia e inquérito

Depois do número disponível para qualquer informação do dia do crime, as pessoas aproveitam para passar trote, mas a população tem contribuído, pois já são 50 ligações feitas depois da divulgação do retrato falado e 88 pessoas já foram ouvidas e estão no inquérito.

“Isso não é trote, é crime” isso está acontecendo para que o crime,não seja elucidado, Mas Deus é justo e não vai permitir que essas pessoas atrapalhem as investigações”, explanou Lucinha.

Força-tarefa

A região já conta com uma força-tarefa de Recife, que veio para somar com o trabalho de investigadores da polícia local.

“São profissionais de Pernambuco, um delegado mais quatro acompanhantes com dinâmica diferente e visão que pode ajudar na elucidação rápida do crime”, ressaltaram os pais.

O Colégio

Os pais revelam que o Colégio Maria Auxiliadora vem ajudando no caso, mas “O ponta-pé inicial do disk-denúncia partiu da escola. Consegui uma licença porque não tinha condições de trabalhar. Nesse sentido a escola tem colaborado só que esperamos mais”, disse Sandro.