O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, assinou, nesta quinta-feira (3), uma nota de repúdio contra a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de acolher o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff na última quarta (2). A assinatura do socialista está entre as dos nove governadores do Nordeste, que classificaram a abertura do processo como “absurda tentativa de jogar a nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional”.
O Nordeste foi a região que mais apoiou o PT nas últimas eleições presidenciais. Os chefes de Executivos estaduais nordestinos provocaram Cunha e afirmaram que, em vez de “golpismo”, “o Brasil precisa de união, diálogo e de decisões capazes de retomar o crescimento econômico, com distribuição de renda”.
A nota diz que o processo de afastamento, “por sua excepcionalidade, depende da caracterização de crime de responsabilidade tipificado na Constituição, praticado dolosamente pelo Presidente da República”. “Isso inexiste no atual momento brasileiro. Na verdade, a decisão de abrir o tal processo de impeachment decorreu de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente desvio de finalidade”, afirmam o potiguar Robinson Farias (PSD), o maranhense Flavio Dino (PC do B), o paraibano Ricardo Coutinho (PSB), o cearense Camilo Santana (PT), o baiano Rui Costa (PT), o pernambucano Paulo Câmara (PSB), o piauiense Wellington Dias (PT), o sergipano Jackson Barreto (PMDB) e o alagoano Renan Filho (PMDB).