Fernando Bezerra defende que Congresso Nacional vote contas do governo e debata impeachment

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O agravamento das crises econômica e política levaram o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) à Tribuna do Senado, na tarde desta terça-feira (17), para defender que o Congresso Nacional vote, até o final deste ano, as contas do governo relativas a 2014 para, então, “aberta e constitucionalmente”, debater o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na avaliação do senador, estes são passos fundamentais que o Brasil precisa dar para “enterrar o assunto”, sair da estagnação e permitir que o país supere as crises e retome os rumos do crescimento econômico.

“Isto não seria suficiente para recuperar o país; mas, é necessário para que possamos focar nossos esforços numa agenda que retire o país da trajetória de mais um ano de retrocesso e estagnação econômica”, destacou. “Provavelmente, muitos que desejam este debate votarão contra o impeachment e o Brasil enterraria o assunto. Qualquer uma destas duas alternativas deixará o país em uma posição melhor para enfrentar seu futuro. E deixará a presidente Dilma melhor na história do que ser a responsável pela continuação da marcha do país na direção de um colapso da economia, um retrocesso social e um caos político”, acrescentou Fernando Bezerra.

Ao chamar a atenção para a dimensão da crise econômica – que, na avaliação do senador, “pode ser muito maior do que alguns imaginam” – Fernando Bezerra Coelho pediu “iniciativa política”. “O governo, em um regime presidencialista, tem que ter um apoio mínimo e importante para poder cumprir a sua agenda e para poder ter força para enfrentar esta grave crise”, argumentou o senador, que foi ministro da Integração Nacional entre 2011 e 2013.

DESCREDIBILIDADE – Para o pessebista, uma das principais comprovações do agravamento das crises é a descredibilidade dos brasileiros não só em relação à economia como também ao futuro do país. Ao reforçar que “o Brasil está em marcha rápida ao colapso econômico, ao caos político e à desordem social”, Fernando Bezerra Coelho conclamou os colegas parlamentares ao “desafio maior”: recuperar a credibilidade das direções políticas.

“Na política, estamos sem partidos, sem credibilidade, sem sonhos, sem mesmo propostas alternativas claras. Todas as pesquisas mostram a rejeição quase absoluta ao governo, à presidente e ao PT, contaminando todas as lideranças políticas, sem exceção”, afirmou o senador. “Estamos perdendo a noção do todo, do conjunto. O Brasil está em perigo”, alertou Fernando Bezerra.

INDÚSTRIA – Entre os indicadores de deterioração da economia, o senador destacou o quadro de aceleração inflacionária, a expressiva diminuição do poder aquisitivo, o desemprego crescente, a queda da receita tributária e o aumento do endividamento público. Bezerra Coelho também chamou a atenção para o cenário “adverso” da indústria. Segundo ele, entre setembro de 2014 e o mesmo mês deste ano, a massa salarial caiu quase 8% e as horas trabalhadas na indústria, 11,6%.

INFLAÇÃO – Sobre a persistente e progressiva inflação, o senador destacou que a “recessão intensa” revela uma expectativa de que a inflação em 2015, medida pelo IPCA, superará 10%: a maior taxa desde 2002. E que em 2016, “a duras penas”, se manterá dentro do limite superior da banda de flutuação fixada por força do regime de metas. “Por isso, a taxa de juros não poderá baixar tão rapidamente quanto gostaríamos”, afirmou.

DESEMPREGO – Na visão de Fernando Bezerra, o pior de todos os indicadores é o desemprego. “Não pelo número em si, mas pela dimensão humana”, observou. De acordo com o senador, nas principais regiões metropolitanas, o desemprego saltou de 4,3% para 7,6% em apenas oito meses, o que representa, atualmente, quase dois milhões de trabalhadores sem emprego (só nas regiões metropolitanas).

“Não podemos voltar as costas aos trabalhadores que perdem seus empregos, aos pequenos e microempresários que se veem forçados a fechar as portas de seus negócios, aos cidadãos que enfrentam dificuldades para pagar suas contas e saldar suas dívidas”, ressaltou o senador. “O desemprego é a face mais visível e mais cruel da crise para as famílias brasileiras”, lamentou.