Ao destacar a premiação de alunos de escolas técnicas, oriundos da formação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) chamou a atenção, em discurso proferido nesta terça-feira (20), no Plenário do Senado Federal, sobre a promoção do ensino profissionalizante do país.
Na visão de Fernando Bezerra, o país deixa muito a desejar quando o assunto é a formação e qualificação de profissionais em relação ao amplo mercado existente no Brasil. Ele fez uma comparação com dados do Ministério da Educação que indicam uma defasagem muito grande em relação ao número de estudantes matriculados em escolas técnicas profissionais.
O estudo mostra que, atualmente, existem pouco mais de 1,7 milhões desses alunos em atividade, com uma meta para 2024 de ultrapassar a casa dos 5 milhões. Enquanto no Brasil, desde 2011, o Pronatec promoveu cursos para um total de 12 milhões de pessoas, na Coréia do Sul, por exemplo, só em 2012 foram qualificados mais de 18 milhões de profissionais, em diferentes faixas etárias.
Bezerra Coelho lembrou do período em que foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, durante quatro anos, e que pode conviver de perto com as dificuldades encontradas pelas empresas para contratar pessoal preparado para exercer as funções profissionais. “A baixa qualificação da mão de obra é um fator que inibe o crescimento do país, especialmente nas regiões mais carentes, em que os indicadores gerais de escolaridade são ruins. Esta é uma exigência de mercado que aumenta junto com o nível de complexidade dos negócios”, afirmou.
Fernando Bezerra reconheceu que o país fez grandes investimentos nos últimos anos para a qualificação profissional, inclusive levando o conhecimento às cidades do interior, e frisou que “É fundamental para o nosso crescimento que possamos formar técnicos com capacidade de atuar nas indústrias e também no campo, operando equipamentos que melhoram a produtividade agropecuária, por exemplo”.