Mais um reservatório de águas de Serra Talhada terá de ser interditado devido a existência de toxinas que inviabilizam o consumo humano das águas. A barragem do Jazigo será interditada pela Vigilância Sanitária do município, na próxima semana, por apresentar altos índices de toxinas, em alguns deles superiores aos níveis encontrados em Serrinha. O terceiro monitoramento realizado pela instituição assegurou que a microcistina não foi encontrada em Serrinha, no entanto há uma nova toxina que se apresenta em grande quantidade nas águas da barragem.
Segundo o secretário executivo de Saúde, Aron Lourenço, a barragem do Jazigo é resultado do represamento do Rio Pajeú na cidade, criada em 1983, com capacidade para acumular cerca de 15 milhões m³ de água. Antes da interdição total, a Vigilância Sanitária deverá iniciar o trabalho de conscientização da população.
As barragens do Jazigo e Serrinha estão localizadas na Bacia Hidrográfica do Pajeú, a maior de Pernambuco, com uma área de 16.838,74 km², que corresponde a 17,2% da área total do estado. “Os índices da barragem do Jazigo em algumas toxinas estão mais altos que em Serrinha, as águas vêm do mesmo manancial por isso o Jazigo também se contaminou”, explica Aron.
Na análise da água bruta, realizada no fim de junho, foram coletadas amostras do Jazigo nas proximidades da BR-232 e de Serrinha no Sítio Riacho do Poço. O Laboratório Central de Saúde Pública, (Lacen) que é de responsabilidade da Secretaria de Saúde de Pernambuco, analisou o material. As principais toxinas encontradas no Jazigo também já foram detectadas em Serrinha. Segundo os laudos apresentados pelo secretário executivo, a saxitoxinas está presente nas duas barragens, em Serrinha com 0,12 ug/L e no Jazigo 9,1 ug/L para o limite de 0,02 ug/L. A microcistina foi encontrada apenas no Jazigo, com 0,78 ug/L para o limite de 0,15. Mas uma nova toxina a cilindrospermopsina foi indicada em Serrinha e com altos índices, 2,35 ug/L para o limite de 0,05.
CONSEQUÊNCIAS: Desde meados de abril deste ano que as toxinas foram identificadas em Serrinha, ocasionando vários problemas de saúde à população da região, além dos déficits econômicos na região. Aron Lourenço, relembrou que essas substâncias são resistentes à fervura e acarretam sérios riscos à saúde pública, o que levará a total proibição do consumo humano da água, assim como para fins agropecuários e de produção de alimentos. Com o uso constante dessa água infectada, as toxinas podem causar coceira, ânsia de vômito, intoxicação, hemorragia hepática, choque hemorrágico, esclerose amiotrófica, doenças neurológicas associadas aos males de Parkinson e Alzheimer, além de câncer. (Com informações do Farol de Notícias).