Rio São Francisco servirá de cenário para o 3º Festival Internacional da Sanfona

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Acordeon e sanfona tiveram vez na manhã desta quarta (1), no lançamento do III Festival Internacional da Sanfona, instrumento que surgiu de forma rudimentar na China há mais de cinco mil anos, atravessou o continente e chegou no Brasil para ficar.

O evento foi marcado pela presença de vários sanfoneiros consagrados da região como Raimundinho do Acordeon, Flávio Baião, Wanderley do Nordeste, entre outros.

sanfona4O festival  acontece de 14 a 18 de julho às margens do Rio São Francisco com oficinas, workshops, concursos e concertos musicais com shows abertos na Orla Nova de Juazeiro e na Concha Acústica de Petrolina e terá a participação de sanfoneiros de países da Ucrânia, Letônia e Portugal. A 3ª edição do evento será dedicada aos mestres (“Camarão”), importante sanfoneiro de Pernambuco e a Dino Rocha, que aos 64 anos apresenta um conjunto de obras que consolidam sua carreira, ele que já fez parceria com Almir Sater, Renato Teixeira e Chitãozinho e Xororó.

A ideia do festival, que também irá homenagear o aniversário de Juazeiro no dia 15 de Julho, é mostrar para todas as regiões do Brasil e do mundo como a sanfona pode ser utilizada como espaço de cultura e disseminação de sons que são extraídos desse instrumento que começou a ser instalado desde as primeiras guerras mundiais, passando por países como Argentina, Letônia, que tocam nela o Jazz, o tango e chegando ao Brasil nas mãos de consagrados artistas, à exemplo de Luiz Gonzaga, até o eterno Dominguinhos com o autêntico baião e o pé de serra.

sanfona2Um dos organizadores do festival,  Targino Gondim revela que hoje a sanfona está em ascensão e para ele isso significa que o preconceito das pessoas em relação a quem toca sanfona já foi eliminado. O sanfoneiro destaca ainda como a cultura do forró está sendo melhor agregada em nossa região, apesar do pouco apoio cultural dos poderes públicos

“É importante que se diga sobre a falta de apoio que ainda existe, já passei por muitos preconceitos das pessoas e hoje buscamos espalhar essa cultura e esse festival ressalta que o sucesso da sanfona que valoriza esse estilo, não está só aqui na região e sim no mundo. Quanto mais o povo fica perto do forró de raiz, os sanfoneiros terão mais espaço, não desmereço os sertanejo universitário, nem o forró mais elétrico, até porque todos utilizam sanfona”, frisou Targino.

sanfona3Daniel Itabaiana, 19 anos,  toca sanfona desde os 8 anos de idade e começou a sua paixão pelo instrumento quando viu Bruno e Marrone fazendo arranjos de sanfona na TV.

“Me inspirei no Marrone da dupla sertaneja e depois comecei a ouvir Luiz Gonzaga e Dominguinhos, depois disso não parei mais. A sanfona é a minha paixão e tenho orgulho de ter iniciado meu trabalho desde criança, eu sinto amor, prazer em tocar esse instrumento”, revelou.

Dificuldades

Um dos produtores do evento Celso de Carvalho revelou que a maior dificuldade em realizar um festival de grande porte, é a captação de recursos. No último evento realizado em 2010, a Petrobrás patrocinou a festa, mas agora isso não foi possível por conta da crise que e empresa vem enfrentando

“A Petrobrás não custeia mais a cultura. Nós agora entramos com uma ajuda de outras empresas e o impacto agora será maior porque o instrumento presente nesse evento permite um alcance em todo o mundo, tanto que o nosso festival já é oficial no calendário mundial”, revelou.

Projetos

Depois da criação da orquestra sanfônica do São Francisco, o projeto está parado e precisa de apoio. Ainda se pensa na elaboração de uma escola e fábrica de sanfona que prometem ser instaladas na região, mas ainda sem previsão. A cultura da sanfona pretende ser levada também para bairros periféricos em um projeto que está sendo estudado. Serão beneficiados principalmente, estudantes da rede pública.