Você que sempre reclamava de falta de tempo e desejava ter mais de 24 horas para fazer tudo. Saiba que esta terça-feira (30) é o seu dia de sorte. Pelo menos por um segundo. É que os relógios de todo o mundo vão adicionar um segundo para consertar uma pequena defasagem entre a velocidade de rotação da Terra e a hora oficial registrada no planeta.
Esse ajuste acontece de forma periódica desde 1972. De lá para cá, já foram 26 correções, mudança que, embora seja pequena, é considerada significativa na sociedade. O segundo será adicionado às 23h59m59s pelo horário de Greenwich (GMT), hora padrão da Terra. No Brasil, esse ajuste vai acontecer às 20h59m59s, hora de Brasília (fuso de três horas a menos em relação ao GMT).
No Observatório Nacional, localizado no Rio de Janeiro, o relógio oficial, chamado de atômico, irá registrar a seguinte sequência: 23h59min59s, 23h59min60s, para só então passar a 0h00min00s de 1º de julho.
Mas qual a importância de tudo isso?
De acordo com Ricardo José de Carvalho, chefe da divisão do Serviço da Hora do Observatório Nacional, a consequência de não ajustar o segundo nos relógios do mundo pode ser desastrosa.
“A internet, por exemplo, pode ser afetada, já que os servidores estão conectados e sincronizados pelo planeta. Atividades que dependem da rotação da Terra também, como a navegação marítima, que usa como parâmetro o tempo para saber a posição”, explica.
Ele afirma que o ponto mais crítico nesse ajuste de tempo será a sincronização de servidores utilizados no mercado financeiro.
Carvalho explica que na Bovespa, bolsa de valores localizada em São Paulo e que é uma das maiores do mundo, 45 milhões de operações ocorrem diariamente e podem ser afetadas caso a adição deste segundo não seja feita nos computadores de lá. Isso poderia causar prejuízo de milhares de reais.
Apesar de a adição ser rápida, a forma como alguns serviços digitais a receberão pode causar uma interferência generalizada e temporária.