Os funcionários do Hospital Regional de Juazeiro estão sem saber para onde ir na próxima segunda feira (1). Isso porque a Gestão IMIP, que comanda a unidade, não será mais responsável pela administração do hospital ficando até Domingo, 31.
Os funcionários também cumprem aviso prévio até o dia 31 de Maio e sem posicionamento algum acerca do que sucederá na segunda-feira, dia 01 de Junho. A SESAB, Secretaria de Saúde da Bahia, escolheu a empresa APMI (Associação de proteção à maternidade e à infância Castro Alves), que assumirá 0 hospital com 150 leitos, sendo 20 de UTI, assistência de fisioterapia em todas as enfermarias, internação domiciliar, emergência complexa com cerca de 4 mil atendimentos por mês, mas que ainda não se pronunciou diante dos funcionários para definir como ficará a situação.
o Hospital já registra falta medicamentos, material médico e equipamentos. Na segunda todos os contratos de comodato de bombas de infusão, impressoras ou impressos serão recolhidos.
O hospital está repleto de pacientes, E os médicos e enfermeiros não sabem mais se darão continuidade à assistência. As equipes ja estão incompletas. Alguns funcionários já cumpriram seus avisos prévios e alguns não querem ficar por conta da fama ruim da empresa que vai assumir.
Houve uma ruptura do contrato entre IMIP e o hospital, mas isso não ficou claro para os funcionários, que não sabem exatamente os motivos. O contrato iria até Junho, mas foi rompido com um mês de antecedência.
Uma carta enviada ao blog pelos médicos, enfermeiros e fisioterapeutas do hospital revela que, os mesmos estão angustiados, e detalham em quais condições eles estão trabalhando. Confira:
Mais uma vez agoniza a saúde de Juazeiro. Há quase seis anos, Juazeiro viu reabrir um hospital que há muito não prestava serviço a sua população. Um hospital que nesses últimos anos cresceu trazendo vários serviços antes inexistentes à região, especialidades médicas, exames complexos, internação e assistência em saúde de qualidade.
Hoje o Hospital Regional de Juazeiro conta com programas de residencia médica e multiprofissional que formam profissionais da região e de fora, aumentando a excelência da prática médica, de enfermagem, fisioterapia e nutrição, profissionais que prestam serviço a nossa população e que aqui permanecem após o término de sua especialização, diferenciando a saúde no Vale do São Francisco.
Agora o Hospital Regional de Juazeiro encontra-se às vésperas de colapsar. Estamos todos os funcionários cumprindo aviso prévio até o dia 31 de Maio e sem posicionamento algum acerca do que sucederá na segunda-feira, dia 01 de Junho. Dentro de um processo relâmpago realizado pela SESAB (Secretaria de Saúde da Bahia) foi escolhida uma empresa, a APMI, que assumirá um hospital com 150 leitos, sendo 20 de UTI, assistência de fisioterapia em todas as enfermarias, internação domiciliar, emergência complexa com cerca de 4 mil atendimentos por mês e que ainda não se pronunciou diante dos funcionários para definir como funcionará e que não sabemos se tem experiência em gerir um hospital desse porte.
Não sabemos se os programas de residência, tão importantes, terão continuidade, ja que não foram citados no novo contrato de gestão. A população não faz ideia, porém a partir de 01 de Junho todos os contratos celebrados pela gestão anterior serão extintos junto com a administração da mesma.
Não teremos material suficiente para medicar nossos pacientes, não teremos equipe de higienização, não teremos impressos, nem equipe de nutrição. O que faremos sem medicações suficientes? Como alimentaremos os pacientes? Como prestaremos assistência com equipe incompleta? Todas essas são dúvidas que tiram a tranquilidade dos atuais funcionários do Hospital Regional, que até então não têm perspectiva de manutenção do funcionamento adequado da instituição, enquanto as secretarias de saúde do município e do estado simplesmente afirmam que estão trabalhando para a manutenção do hospital, sem, porém, informar à população e aos funcionários de que forma o fazem.
Chamamos a população à realidade, pois os usuários não podem ser penalizados por essa desorganização. O que será da saúde da população do Vale do São Francisco e arredores a partir do dia 01 de Junho?
Assinam: Médicos, Enfermeiros, Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Hospital Regional de Juazeiro.