A Polícia Federal (PF) deflagrou, na madrugada de quinta-feira (21), a 13ª fase da Operação Lava-Jato. Agentes federais cumprem mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão, um de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, e um de prisão preventiva em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O alvo, segundo a PF, está relacionado a dois operadores financeiros que atuavam junto a contratos firmados por empreiteiras com a Petrobras. O mandado de prisão preventiva é contra o empresário Milton Pascowitch, que mora no Morumbi, bairro nobre da capital paulista. Ele deve ser levado para a Superintendência da PF em Curitiba, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal.
O mandado de condução coercitiva, também de São Paulo, é contra José Adolfo, irmão de Pascowitch. Dos quatro mandados de busca, um será cumprido em Itanhandu (MG), outro no Rio de Janeiro e dois em São Paulo. A PF atua nesta fase com 16 policiais.
Pascowitch, dono da Jamp Engenheiros Associados Ltda, é considerado na investigação como um dos 11 operadores de propinas que atuavam na Diretoria de Serviços da Petrobras, comandada na época pelo engenheiro Renato Duque, que atualmente cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro.
O empresário prestava serviços à Ecovix, empresa de engenharia consultiva e gerenciamento de obras nas áreas de indústria naval e offshore.
De acordo com o jornal O Globo, em depoimento prestado em março, o empresário Gerson Almada, da Engevix, declarou que, a pedido de Pascowitch, repassou dinheiro para o PT, “para Vaccari” (João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT, que está preso em Curitiba).
“Como ele (Pascowitch) tinha relacionamento com o pessoal do PT trazia pedidos não vinculados a obras, mas a doações para o partido nas épocas das eleições ou em dificuldades de caixa do partido”, disse Almada.
Pascowitch já havia prestado depoimento na sede da Polícia Federal de São Paulo na nona etapa da Operação Lava-Jato, realizada em fevereiro deste ano.
A Operação Lava-Jato foi deflagrada em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras que envolve lavagem de dinheiro e evasão de divisas.