A partir desta quinta feira (14) você vai acompanhar uma série de temáticas que foram direcionadas em entrevista exclusiva com o Reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco Julianelli Tolentino.
Até a próxima Segunda-feira, O reitor irá falar sobre assistência estudantil, segurança na Univasf, entre outros. Nessa entrevista em específico, O mesmo revela porque considera que o hospital Universitário ainda é deficiente no atendimento à população e sobre a unidade se tornar um hospital com padrão FIFA de qualidade. Confira a primeira etapa da entrevista.
Situação atual do Hospital Universitário
São inúmeras as reclamações referentes ao Hospital Universitário de Petrolina sobre demora na realização de cirurgias, atendimento ortopédico deficiente que demandam da falta de profissionais que é insuficiente para atender a população.
No primeiro ponto da entrevista ao blog, O reitor Julianelli Tolentino reconhece os problemas enfrentados no Hospital Universitário e que a demanda de pacientes tem aumentado já que, segundo ele existem 3.698 leitos para atender a macrorregião de 2 milhões de pessoas. “Temos um déficit de 1.160 leitos considerando os leitos de unidades particulares e 1800 na rede SUS em nossa região”. Tolentino argumenta que é preciso “aumentar o volume de recursos aportados mês a mês, para que de fato seja ofertado um serviço de excelência”.
“Estamos trabalhando, no sentido de pactuar um diálogo entre os municípios e queremos que os governos dos três estados que mandam pacientes para o antigo traumas a exemplo de Bahia, Ceará, Piauí entre outros, participem da gestão enviando recursos para o hospital”, frisou.
Para Julianelli é reconhecido que os desafios são muitos e o processo de transformação do patrimônio do antigo hospital de traumas para hospital universitário, antes, segundo ele mantinha um atendimento mais caótico que hoje, devido a um problema do município de financiar os equipamentos em gênero público que são repassados para a unidade de saúde e “as consequências seriam piores, se a Univasf não tivesse adotado a postura de ter a unidade em suas mãos, devido ao estado que o hospital estava, sem rumo e foi preciso adotar uma atitude”, disse.
“Nós sabíamos da importância desse hospital para a formação dos estudantes com a inserção de atividades de pesquisa, com oferta de residências e aproveitamos para solicitar ao prefeito Júlio Lossio na época, que elaborasse um projeto de lei para que os vereadores aprovassem e doassem à área a Univasf, e eu agradeço por isso, pois a situação estaria pior”, ressaltou.
Apesar dessa afirmação, a coragem de incorporar um hospital como sendo de uma universidade, sem dúvidas acabaria gerando o atual desconforto da população que se pergunta como um hospital desse porte poderia ficar nas mãos de estudantes, em fase de aprendizagem? Sobre esse questionamento, Julianelli reconhece que as reclamações são inúmeras, mas afirmou, que desde quando a Univasf assumiu o órgão, as broncas diminuíram com a chegada de servidores da instituição de ensino, com a aquisição de novos equipamentos que, segundo ele teve uma melhora no atendimento à população, reconhecendo que a unidade está muito longe de atingir um padrão de qualidade que o hospital merecia.
“Esse padrão, não acontece de um dia para o outro, é um processo contínuo de aprendizado, e estamos fazendo com que a gestão se torne com uma empresa que está agregada ao Governo Federal para melhorar o hospital. Tenho a consciência de que temos um serviço caótico e precário, mas estamos melhorando, e essa conquista não irá cessar nem tão cedo”, afirmou.
O Reitor afirmou que nessa semana foi zerada a fila de neurocirurgias, aonde os pacientes já chegaram a passar mais de 6 meses para serem operados por algum tipo de deficiência na cabeça, onde pessoas ficaram a mercê e frisa que a unidade está acionando os pacientes que estão em casa para a realização dessas cirurgias.
Proposta de melhorias
O Reitor revela que para evitar tantas reclamações na unidade terá que atingir várias metas, entre elas, a oferta de novos serviços com um aumento do aporte de recursos oriundos do MEC com a oportunidade de agregar eficiência de novos equipamentos, além da contratação de novos funcionários que possam aprimorar na estrutura do hospital, mas com a perspectiva de melhorar a partir do momento de contratação de uma empresa federal que irá agregar a gestão, que acontecerá em meados de Agosto.
“O que não pode é a gente continuar recebendo pacientes de inúmeros municípios que estão na nossa área de abrangência e os estados não enviando recursos, e assim nós passamos a financiar todos os serviços, sem isso não temos condições de manter o hospital mesmo com a contratação de uma empresa que se una a nossa gestão. Queremos que isso se torne uma realidade e não sobrecarregue a universidade, já que não queremos ofertar serviços de péssima qualidade a população”, revelou.
Ortopedia
O Hospital tem como principal reclamação, o atendimento ortopédico, característica do HU, mas, que tem enfrentado problemas na contratação desses profissionais e as vagas que estão disponíveis dos 24 selecionados, apenas 9 foram contratados e não foi fechada a escala médica, e a fila de pacientes ainda existe.
“A meta é preencher esse quantitativo, e muitos dos médicos chamados não possuíam experiência na área e agora iremos adotar a alternativa de um concurso simplificado e vamos contratar mais médicos, e esperamos que tenhamos um maior interesse desses profissionais, e provavelmente esse processo será iniciado a partir de Junho de 2015”.
Sobre o assunto Hospital Universitário, o reitor finaliza dizendo que o padrão Fifa que pretendiam alcançar no início da gestão continua sendo uma meta e que não retira o que disse, já que a ideia, segundo ele é diminuir as reclamações.
Não perca, nessa sexta-feira (15), a continuação da entrevista com o reitor da Univasf e o assunto será: Assistência aos estudantes (Bonificação, cotas, relação dos professores com os alunos).