Terminar uma refeição com um copo de vinho tinto para poder ser uma boa ideia para as pessoas com diabetes, afirmam pesquisadores israelenses. A bebida pode aumentar os níveis de “colesterol bom”, contribuindo assim para conter a doença.
O benefício de beber vinho tinto foi descoberto como resultado de um experimento de dois anos de duração envolvendo 220 pessoas com diabetes tipo 2. Essas pessoas se mantiveram em uma dieta sem restrição de calorias e foram distribuídas aleatoriamente em três grupos – aqueles que beberam 150 ml de água mineral, vinho branco ou vinho tinto após o jantar.
As pessoas do grupo dos que beberam vinho tinto tiveram altos níveis do chamado colesterol bom, ou HDL, que ajuda a combater o colesterol ruim, ou LDL, e também atua contra ataques cardíacos e derrames. Normalmente, as pessoas com diabetes estão mais predispostos a doenças do coração do que a população em geral.
O estudo foi conduzido por cientistas da Universidade Ben-Gurion do Negev, em Israel, especialistas da Harvard School of Public Health, nos EUA, e Universidade de Leipzig, na Alemanha. Eles estão preparados para apresentar suas conclusões no Congresso Europeu sobre Obesidade, que está acontecendo em Praga, República Tcheca, até este sábado.
“Este primeiro ensaio a longo prazo e em larga escala com álcool sugere que começar a ingestão moderada de vinho, especialmente o tinto, em pacientes diabéticos bem controlados do tipo 2, e como parte de uma dieta saudável, é aparentemente seguro e diminui o risco cardiometabólico”, escreveram os autores, liderados por Iris Shai, professora da Universidade de Ben-Gurion. “Enquanto a interação genética suporta funções causais específicas para o álcool, a superioridade do vinho tinto sugere que componentes não-alcoólicos do vinho tinto podem estar tendo um impacto positivo”, afirmaram os pesquisadores.
Esse estudo não é o primeiro a sugerir que o consumo moderado de vinho é bom para a saúde.
Uma grande pesquisa norte-americana deste ano, que envolveu mais de 14.500 pessoas revelou que o consumo de até sete drinques alcoólicos por semana reduz significativamente o risco de desenvolver insuficiência cardíaca em cerca de 20%. No entanto, o consumo de mais de 21 drinques por semana aproxima uma pessoa de um resultado letal – e de uma forma muito mais considerável, de 47% para os homens e 89% das mulheres.
Em fevereiro, outra equipe de pesquisadores norte-americanos descobriram que as uvas vermelhas e o vinho tinto contêm quatro produtos químicos, como ácido elágico, que poderiam ajudar as pessoas com sobrepeso a queimar gordura e aumentar o metabolismo de ácidos graxos em células do fígado.
Mas o que é mais importante é a diferença de gênero, os cientistas advertem. As mulheres estão particularmente expostas aos efeitos do consumo excessivo de álcool, que aumenta os níveis de toxinas no sangue. De acordo com cientistas dinamarqueses, as mulheres grávidas que bebem apenas um único copo de vinho por semana estão se colocando em risco de aborto.