Berlim: Merkel confirma que ataque foi ato terrorista

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A chanceler alemã, Angela Merkel, confirmou hoje (20) em um pronunciamento que o ataque ocorrido ontem (19) contra um mercado de Natal em Berlim foi um ato terrorista. Ao menos 12 pessoas morreram e 48 ficaram feridas quando um caminhão foi lançado contra o público.

“Este é um dia muito triste”, disse a chanceler, em uma coletiva de imprensa na capital do país. “Devemos presumir de que se trata de um atentado terrorista”, anunciou. Até então, as autoridades da Alemanha estavam evitando tomar posições e declarar que o acidente pudesse ter sido planejado e executado por terroristas.

Police are working next to the truck (C) that crashed into a christmas market at Gedächniskirche church in Berlin, on December 19, 2016 killing at least nine people and injuring at least 50 people. / AFP PHOTO / John MACDOUGALL
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As investigações apontam que o caminhão lançado contra o público tinha placa da Polônia e teria sido sequestrado por volta das 16h de ontem. O ataque, na Praça  Breitscheidplatz, onde o mercado de Natal tinha sido montado, ocorreu às 20h40 locais, deixou ao menos 12 mortos e 48 feridos, a maioria em estado grave.

“Penso, antes de tudo, nos mortos e feridos, nas 12 pessoas que estavam entre nós, que festejavam e tinham planos para os dias de festa, e que não estão mais aqui. Quero que saibam que estamos todos com eles”, lamentou Merkel. “Eu, como milhões de pessoas na Alemanha, estou hororrizada, chocada e profundamente triste pelo que aconteceu ontem à noite”, afirmou.

A chanceler também se referiu à possibilidade do atentado ter sido cometido por um refugiado, como tem sido publicado pela imprensa local. De acordo com o jornal “Bild”, o principal suspeito é um paquistanês de 23 anos, identificado como Navid B., nascido em 1 de janeiro de 1993, em Turbat. Ele teria chegado à Alemanha no dia 11 de fevereiro de 2016, pela fronteira com a Áustria. “Sei que, para todos nós, seria particularmente difícil tolerar se for confirmado que quem cometeu este ato é uma pessoa que pediu proteção e asilo na Alemanha”, disse Merkel, que nos últimos três anos defendeu a política de acolhimento de imigrantes e refugiados no país, apesar de críticas de partidos da oposição.

Segundo o “Bild”, o paquistanês teria abandonado o caminhão após o ataque, fugindo na direção leste de Berlim. O homem teria atravessado a pé o parque Tiergarten, no centro da cidade, e teria sido interceptado pela polícia, que recebeu alertas de moradores da região, a uma distância de 1 quilômetro da Praça Breitscheidplatz.

O GPS do automóvel indica que, na tarde de ontem, o aparelho foi desligado várias vezes e, depois, removido do carro. O caminhão tinha passado pela Itália e transportava estruturas de aço que deveriam ser descarregadas em Berlim. A empresa de transporte responsável pelo caminhão tem sede na cidade de Estetino, no nordeste da Polônia, em uma zona que faz fronteira com a Alemanha.

As autoridades polonesas e alemães disseram que o homem de origem polonesa que estava no banco de passageiros do caminhão foi morto a tiros, em mais um indício de que um suposto funcionário da companhia teria sofrido um sequestro ou um assalto.

“Não queremos viver paralisados pelo medo e pelo mal, mesmo que, nestas horas, seja difícil encontrar força para vivermos como desejamos na Alemanha, livres, juntos e abertos”, comentou. Merkel convocou o gabinete de segurança da Alemanha para uma reunião extraordinária às 11h30 locais. Participarão do encontro os ministros do Interior, da Defesa, da Justiça e dos serviços de inteligência.

Supeito de ataque em Berlim é paquistanês e refugiado

O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere, confirmou que o suspeito de cometer o ataque contra o mercado de Natal em Berlim foi preso ontem (19), é originário do Paquistão e tinha solicitado asilo.

De acordo com o ministro, o homem chegou à Alemanha em 31 de dezembro, foi registrado como refugiado e “desapareceu” do rastro das autoridades em fevereiro, na capital. A análise de seu pedido de asilo ainda não foi concluída, mas seu nome também não aparece em nenhum banco de dados de terrorismo, informou Maiziere. (AB)

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